Torreblanca, Comunidade Valenciana, Espanha
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Torreblanca é um município da Comunidade Valenciana, na Espanha. Situa-se na costa da província de Castellón, na região de Plana Alta, entre os concelhos de Oropesa e Alcocebre-Alcalá. Possui 5.885 habitantes (INE 2007). Sua primeira língua é o valenciano.
História [editar]
O núcleo demográfico que, ao longo do tempo, irá receber o nome de Torreblanca, localizou-se, desde o início, no enclave geo-histórico de Miravet, limitado pela Serra de Irta e pelo Cabo de Oropesa.
A romanização de toda esta área é evidente, visto que a costa de Torreblanca foi fortemente visitada por navios romanos. Relativamente à descoberta de achados, é importante referir que, por desmatamento, foram encontradas 204 moedas de ouro dos séculos I e XI.
Em 27 de abril de 1225, José Luis Barrera de Aragón concedeu ao bispo de Tortosa os castelos de Miravet e Trini Cherta, com todos os seus mandatos, quintas, quintas e igrejas. O castelo de Miravet era um distrito constituído pela própria fortaleza e incluía o castelo vizinho de Albalat, a vila de Cabanes e os locais que viriam a ser Benlloch e Torreblanca. O nome ´´Torre de Luppricato´´ aparece nesta doação, que por referência e seguindo as localidades indicadas, viria a ser a atual Torreblanca.
A origem do seu nome, ´´Torreblanca´´, é motivo de controvérsia; Segundo a opinião mais difundida, foi recebido pela localização da Torre del Marqués, um edifício quadrangular com ameias, com brechas de defesa e uma barbacã, cuidadosamente confeccionada na época medieval. Presume-se que tenha sido herdado de Dona Blanca de Cardona, que bem poderia ter sido Dona Blanca de Aragón, filha do infante Ramón Berenguer e, portanto, neta de Jaime II de Aragón. Esses dados e referências concordam que Doña Blanca foi capaz de nomear o ´´Torre´´ e este para a cidade. Alguns historiadores, no entanto, defendem a teoria de que o nome Torreblanca tem origem nas paredes brancas da Igreja-fortaleza de São Francisco.
Vários historiadores têm procurado localizar a ´´Torre de Luppricato´´ e após interpretar os limites da concessão Miravet, a localização da Torre situa-se na igreja-fortaleza de São Francisco: a espessura das suas paredes, as brechas de descarga Do terreno actual, os que coroam o edifício, a barbacã e a porta das aduelas, comprovam o seu carácter defensivo original e a sua antiguidade.
A pirataria se tornou um estilo de vida em ambas as margens do Mediterrâneo. Para evitar surpresas, os cristãos do reino de Valência estabeleceram um serviço de vigia com postes fixos em torres ou torres de vigia e postos de alerta.
Em 1397, os piratas berberes assaltaram a vila, levando joias da igreja e da hóstia consagrada à Custódia. Quando a notícia foi conhecida, o Conselho do Reino concordou em organizar um exército que punisse a lesão e recuperasse as Formas Sagradas, transferindo o acordo para o Rei D. Martín I de Aragão em favorecer a empresa. Até Bento XIII emitiu a bula para a cruzada.
De Ibiza o exército foi para Telediç e, após o desembarque, a cidade foi perseguida por cristãos durante dois dias: queimada, destruição, matando mais de mil muçulmanos e levando cerca de trezentos prisioneiros. O saque era grande e as formas sagradas e a custódia foram recuperadas.
O facto do combate sangrento de Telediç daria origem à lenda do aparecimento de um leão no meio da batalha. A tradição diz que quanto mais acirrada era a batalha, um leão descia da montanha, matando aquele que estava com a custódia e devolvendo-a ao capitão cristão. Esta tradição foi incorporada à heráldica: Os leões desenfreados seguram ou agarram a Custódia junto às grades da casa de Aragão, comemorando a conquista do lugar pelas hostes de Jaime I.
Em 30 de agosto de 1576, o bispo de Tortosa outorgou foral para povoar 38 famílias para ocupação de casas e cultivo de terras, abandonadas há mais de um século. O crescimento da vila ao longo do século XVII é constante e o município já tem personalidade suficiente para litigar com Cabanes por lenha e caça em El Prat, ao mesmo tempo que mantém ações judiciais por sua herança e direitos de pesca com Dona Blanca de Cardona, conseguindo marcar seu terreno. No século 18, ele construiu uma nova Igreja Matriz e construiu sua casa em La Vila. Já em 1896, Torreblanca solicitou ao governo um molhe para sua praia. Foi uma das poucas cidades que aderiu à criação de um sindicato para defender a produção de laranja. Fará parte da comissão de autarcas que pedem pela primeira vez o Canal do Ebro. Em 1935 pediu uma estrada turística entre Peñíscola e Oropesa, bem como a construção de um porto de pesca, já que operam até 120 arrastões e eléctricos ´´. Tantas ilusões ou empreendimentos caem na indiferença e os marinheiros emigram para Peñíscola ou Grao de Castellón. Torrenostra está despovoando e só a determinação da vila a fará renascer a partir dos anos 60 do século passado, com o ressurgimento da praia de Torreblanca, ´´Torrenostra´´ como centro turístico.
População 2.304 2.827 3.434 3.639 3.424 3.698 3.563 4.208 3.809 4.140 4.577 4.608 4.614 5.656 5.885
Economia [editar]
Tradicionalmente baseada na agricultura, predominando o cultivo de frutas cítricas, e a consequente indústria para o manejo delas. Existem também fábricas de móveis e algumas fazendas. Atualmente, o setor do turismo tem se desenvolvido significativamente na praia de Torrenostra.
Monumentos [editar]
Monumentos religiosos [editar |
O Calvário. Calvário e Igreja primitiva. É uma das mais interessantes terras castelhanas, preservada na sua totalidade e com poucas alterações desde a sua construção no século XVIII. A Capela é simples, de planta quadrada e coberta por uma cúpula com luz própria. A obra é em alvenaria com reforços de pedra talhada nos cantos e na tampa. Dentro do recinto do Calvario está localizada a torre-fortaleza original de ´´San Francisco´´.
Igreja Primitiva de São Francisco. No recinto do Calvário encontra-se a igreja original da população, dedicada a São Francisco de Assis, e com um forte carácter de robustez. Datada do século XIV, possui nave única retangular com arcos diafragmáticos suportados por pilares a ela fixados, a abóbada é nervurada com terceletes e ligaduras.
Igreja Paroquial de San Bartolomé. Idealizado por Juan Barceló no século XVIII. O templo é constituído por três naves, com quatro secções e capelas laterais. Destacam-se as abóbadas com cúpula de transepto revestida a azulejos azuis. O templo preserva no seu interior obras valiosas como El Salvador, de Josep Ferrer, ou passagens da vida de San Bartolomé, de Joaquín Oliet de Morella, na cúpula. Existe atualmente uma tela do século XVII de José Orient sobre o ataque pirata berbere de 1397.
Monumentos civis [editar |
Torre do Marquês. Esta torre pertenceu a Doña Blanca, descendente de Jaime I, por isso era anteriormente chamada de ´´Torre de Doña Blanca´´. É um edifício medieval de planta quadrada, ameiado com uma pequena arcada e uma porta de entrada blindada com pregos grossos. Ver imagem
Locais de interesse [editar |
Parque natural El Prat. Zona húmida que alberga várias espécies de aves aquáticas. Com o seu enorme valor paisagístico, constitui a maior e mais bem preservada zona húmida de Castellón. O Parque Natural do Prat estende-se por uma área aproximada de 800 Ha., Pertencendo aos municípios de Torreblanca e Cabanes. A paisagem de El Prat é a de uma planície costeira separada do mar por um cordão de cascalho e seixos com acumulações de depósitos arenosos que constituem os pântanos e brejos do referido Parque. Seu comprimento é de aproximadamente 7 km, e 1,5 km de largura, servia de fechamento a uma antiga lagoa, e atrás desse cordão existe uma área na qual aparecem depósitos quaternários de turbesa, relacionados a sedimentos deltaicos e costeiros. .
As espécies que podem ser observadas neste ambiente são o cesto, a andorinha-do-mar, que aqui tem o único criadouro na província de Castellón, e a tarambola. Entre as aves de passagem destacam-se espécies como a andorinha-do-mar, o maçarico e o ostraceiro.
Do ponto de vista faunístico, o peido e o samarugo, espécies protegidas e ameaçadas de extinção, ou a gambeta, habitando águas límpidas da costa, adquirem grande importância.
O interesse ecológico e paisagístico deste espaço, bem como a sua fragilidade são os motivos que levaram à sua conservação através da declaração de espaço protegido.
Torrenostra. A apenas três quilômetros da cidade, esta praia de areia é ideal para desfrutar do sol e do mar. As águas limpas, os serviços de segurança, os parques infantis e outras instalações públicas tornam-no no local perfeito para crianças e adultos passarem o dia. A vila marítima de Torrenostra, ligada por uma estrada rectilínea e com uma excelente praia, é uma antiga vila piscatória que hoje se encontra em processo de crescente desenvolvimento como estância turística e de veraneio. Possui uma das múltiplas Torres de Vigia que foram implantadas na província de Castellón que foi recentemente restaurada e pode ser visitada recriando fielmente sua natureza e uso.
North Beach.
Festividades [editar]
Festas de San Antonio Abad e Santa Lucía. A cidade celebra sua tradicional semana de Festas em Honra a San Antonio Abad, no dia 17, e Santa Lucía, em 18 de janeiro. Na noite anterior à entrega da massa típica "Coquetá" das Festas. Durante quatro ou cinco dias há exposição de gado pela manhã e à tarde e ´´Toro Embolado´´ à noite. A degustação do ´´Pasteles de San Antonio´´ (Patissets de Sant Antoni) é típica.
Carnavais Com o julgamento dos desfiles do Rei ´´Don Carnal´´ (Carnestoltes) e um grande baile à fantasia com prêmios espetaculares para as melhores fantasias.
A Paixão de Torreblanca. Com estreia a 12 de Abril de 1979, realiza-se na sua representação única na Quinta-feira Santa, às dez horas da noite, em vários espaços naturais exteriores. Os diálogos são inteiramente em valenciano. A Paixão de Torreblanca, consiste em dezessete cenas e sua duração aproximada é de duas horas. Muitas delas, exceto as Estações da Cruz e as pinturas finais do Calvário, acontecem na ampla área da Plaza Mayor da cidade.
Virgem de Carmen. Torrenostra, como vila piscatória, celebra a festa em homenagem à padroeira dos pescadores no dia 16 de julho com missa na praia, festas taurinas e festivais.
Festas. No final de agosto Torreblanca celebra as suas grandes festividades em homenagem a São Bartolomé, seu Padroeiro, e ao Santíssimo Sacramento, alternando atos religiosos e populares com festas taurinas, das quais faz parte a sua típica ´´Entrada´´ ´´Salida´´. (entrada e saída no estilo San Fermín), suas novilladas, exposições de gado e ´´Toro Embolado´´ (Bou Embolat).
Gastronomia [editar |
A gastronomia é baseada em frutos do mar, vegetais dos férteis pomares da costa e arroz como ingrediente fundamental. Além da paella valenciana, os pratos típicos de Torreblanca são: a ´´olla torreblanquina´´, a ´´pedra de feijão´´ e de sobremesa os ´´pasteles de San Antonio´´. ´´Membrillo´´, ´´Torta Cristina´´ e ´´Coca de almendra´´.
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