Cabo de São Vicente

Sagres, Algarve, Portugal

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Tem uma altura de 60m e um comprimento de 100 m que continua numa pequena península, com cerca de 1,5 km de largura, ligada ao continente por um istmo de 60 m de largura.

Esta zona constituiu, desde sempre, um ponto de referência importante para as diversas rotas marítimas, que aqui se cruzavam.

No século XII, o geógrafo árabe Edrisi faz referência, na zona poente do cabo, a uma igreja, que fazia parte de um pequeno convento de monges moçárabes. Este mesmo autor, relata que frente ao convento existia uma pequena mesquita onde os muçulmanos iam em peregrinação.



Durante a 1ª metade do Séc. XVI, o Bispo de Silves, D. Fernando Coutinho ordenou a construção de um convento nestew local, o qual albergou, primeiro, Frades Jerónimose, poucos anos depois, Frades Franciscanos.

No reinado de D. João III foi edificada uma fortificação para proteger o convento e os inúmeros romeiros que o procuravam.



Em 1587, o corsário inglês Francis Drake tomou de assalto o edifício e acabou por destruir a torre, que só em 1606 seria mandada restaurar por Filipe III de Espanha. Datam dessa altura grande parte das estruturas, que hoje podemos ver readaptadas no complexo do farol. Com a extinção das ordens religiosas, pelos Liberais, em 1834, procedeu-se à reconversão dos edifícios existentes.

O Farol, como hoje o conhecemos, foi mandado construir durante o reinado de Dona Maria II, em 1846.

Em 1894, uma portaria do Rei D. Carlos, mandou proceder ao estudo das transformações a efectuar no farol do Cabo de S. Vicente, compreendendo a construção de uma torre de 20 m de altura sobre a qual assentaria a lanterna e a construção de instalações para habitação dos faroleiros. Em 1904 deverá ter começado a funcionar o farol actual, tendo sofrido, entretanto, diversas modernizações.



O Cabo e a Lenda de S. Vicente



De acordo com a lenda, o Cabo deve o seu nome ao Mártir S. Vicente, o qual morreu em Valência (Espanha), em 304 d.C., às mãos do governador local romano Daciano, por se ter recusado renunciar à sua fé cristã. Daciano ordenou que o corpo do Santo fosse atirado para um campo, e assim ser devorado por animais selvagens. Porém o corpo não chegou a ser profanado, devido ao um grande e misterioso corvo que apareceu para o defender. Então o governador ordenou que o corpo fosse atirado ao mar, amarrado a uma mó. Contudo, ao tocar na água a corda que segurava a mó partiu-se e o corpo de S. Vicente foi arrastado pelo mar, dando à costa no séc. VIII, na região do Cabo, acompanhado por corvos. As santas relíquias terão sido guardadas na Igreja do Corvo, ainda referida por Edrisi no séc. XII, que fazia parte de um pequeno convento, já ali existente, de monges Moçárabes. Este mesmo autor, relata que frente ao convento ter-se-á erguido uma pequena mesquita onde os muçulmanos iam em peregrinação. Diz-se que os corvos se mantiveram de vigia na sepultura até o corpo ser transferido para a Catedral de Lisboa, após o ano 1147, na sequencia da conquista da cidade aos Muçulmanos. É por essa razão que S. Vicente se tornou o santo patrono de Lisboa e os corvos fazem parte do escudo de armas da cidade.



A Ponta e a Fortaleza de Sagres



Sagres herdou o nome do antigo Sacrum Promontorium, forma por que era conhecida a extremidade sudoeste do barlavento algarvio e em especial o Cabo de São Vicente nos tempos da Antiguidade. Houve a crença de que era aqui que os deuses se reuniam durante a noite, vindo gente de muito longe para, durante o dia, realizar vários rituais. Autores antigos referem este local como um dos ligados ao culto de Saturno e Hércules.

Tem sido difícil de determinar com precisão a data inicial da construção da fortaleza e das suas muralhas, indicando-se como data mais provável o ano de 1443, data em que D. Henrique, filho do Rei D. João I, recebeu da parte do seu sobrinho, D. Afonso V, a região de Sagres para nela edificar uma Vila, destinada a prestar apoio à navegação que cruzava estas águas.

A Fortificação, que recebeu grandes obras durante o Século XVI, foi fortemente danificada pelos ataques de Francis Drake, corsário Inglês, em 1587, bem como pelo Terramoto de 1 de Novembro de 1755.

Dispunha de 3 Baterias, onde se encontrava a sua artilharia: 1 voltada a Este, 1 voltada a Oeste e 1 na extremidade Sul, conhecida por “Bateria da Ponta”.

O seu aspecto estrutural e configuração é resultado da última campanha de obras, ocorrida em 1793, durante o reinado de D. Maria I.

Destaca-se, ainda, na parede Sul da muralha da fortaleza, foi colocada, em 1840, uma lápide em memória do Infante D. Henrique com inscrições em português e em latim.



No centro da praça foi descoberta uma figura geométrica desenhada no solo, a pedra tosca, semelhante à estrutura de uma rosa-dos-ventos, formada por 32 raios. Pelo facto de terem sido encontrados nesse local algumas moedas do reinado de D. Afonso V (sobrinho do Infante) supõe-se que este vestigio é contemporâneodo Infante D. Henrique.

Contudo, actualmente, os estudiosos inclinam-se mais para a hipótese de se tratar de um grande Relógio de Sol.



















Em Vila do Bispo, Algarve.



O Cabo de S. Vicente constitui o extremo Sudoeste de Portugal e da Europa.



De referir que o Farol do Cabo de S. Vicente é considerado como um dos faróis de maior alcance a nível Europeu, com clarões rotativos com um alcance na ordem das 32 milhas, tendo ainda um potente sinal sonoro.



Fonte: www.cm-viladobispo.pt
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